O aumento do consumo de energia no Brasil devido ao calor extremo previsto para maio tem preocupado especialistas e autoridades do setor. De acordo com projeções do Climatempo, espera-se um acréscimo de 15% na demanda energética, o que pode sobrecarregar os sistemas de transmissão e distribuição em todo o país.
Além disso, eventos climáticos extremos, como secas e chuvas intensas, podem agravar a situação, afetando tanto usinas hidrelétricas, que podem ter uma redução de até 30% nos níveis dos reservatórios, quanto usinas termelétricas, que podem precisar operar com maior capacidade, elevando os custos de geração em até 10%.
O Centro-Sul enfrenta um cenário de calor intenso, enquanto o Sul lida com chuvas intensas e níveis recordes de precipitação, o que tem levado a um estado de calamidade devido a alagamentos e enchentes.
Por outro lado, regiões como Centro-Oeste, Sudeste e parte do Sul se preparam para temperaturas recordes, impulsionadas por um bloqueio atmosférico. Essa condição climática aumenta o uso de equipamentos de refrigeração, como ar-condicionado e ventiladores, contribuindo para o aumento da demanda por energia elétrica.
O CEO da AES Brasil, Rogério Jorge, alertou para a possibilidade de alterações nas bandeiras tarifárias de energia devido ao aumento da demanda causado pelo calor. A perspectiva de entrada no período de La Niña também preocupa, pois pode elevar ainda mais a demanda, especialmente para refrigeração.
Atualmente, a bandeira verde está em vigor no Brasil, não trazendo custos adicionais para os consumidores. No entanto, um cenário desfavorável pode levar à mudança para bandeiras amarela, vermelha 1 ou vermelha 2, que implicam em custos extras na conta de energia.
Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o valor atual da bandeira amarela é de R$ 1,885 para cada 100 kWh consumidos, enquanto a bandeira vermelha 1 e vermelha 2 têm custos de R$ 4,463 e R$ 7,877, respectivamente.
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) indicou que a demanda de carga deve ter um crescimento significativo em maio, tanto no Sistema Interligado Nacional (SIN) como nos subsistemas regionais. Estima-se uma expansão de 7,1% no SIN, com destaque para o Sudeste/Centro-Oeste, que pode ter um aumento de 8,0% na demanda.
O Nordeste, Norte e Sul também devem registrar crescimentos na demanda de energia, refletindo um cenário desafiador para a operação do sistema elétrico brasileiro.
