Três novas linhas de transmissão e uma subestação entraram em operação, ampliando significativamente a capacidade de escoamento de energia a partir de usinas solares e eólicas no Brasil. Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), essa medida expandiu os limites de intercâmbio energético do subsistema Nordeste em direção ao Sudeste/Centro-Oeste e ao Norte, reduzindo restrições na geração de energia dessas fontes renováveis.
Com a ampliação, a capacidade de transmissão no sentido Nordeste-Sudeste/Centro-Oeste aumentou cerca de 12%, passando de 11.600 MW para 13.000 MW. Para o trânsito de energia do Nordeste ao Norte, o aumento é próximo de 30%, subindo de 4.800 MW para 6.200 MW.
Essa expansão foi autorizada em 16 de outubro, com a entrada em operação de uma subestação e três novas linhas de transmissão de 500 kV no Sistema Interligado Nacional (SIN): SE 500/230 kV Pacatuba, LTs Pecém II/Pacatuba C, Fortaleza II/Pacatuba C e Pacatuba/Jaguaruana II C.
Além disso, o ONS anunciou a previsão de mais um ativo na Bahia para o final de outubro, aumentando ainda mais a capacidade de escoamento do Nordeste para o Sudeste/Centro-Oeste. Trata-se da linha de transmissão 500 kV Olindina – Sapeaçu, que elevará os limites de transmissão para 13.800 MW.
A expansão do escoamento de energia entre as regiões é uma estratégia crucial para minimizar as restrições atuais na geração. As novas linhas de transmissão são parte de um plano maior para resolver essas limitações, complementando a revisão da metodologia de corte anunciada pelo ONS em setembro.
A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) destacou que a operação das novas linhas de transmissão melhora a capacidade de escoamento de geração renovável do Nordeste para outros centros, mas ainda exige uma resolução urgente para o passivo financeiro substantial dos cortes equivocados impostos pelo ONS, que impactaram negativamente os empreendedores de energias renováveis.
Para a Absolar, a reduzida, mas pontual, melhoria com a nova infraestrutura confirma a necessidade urgente de ressarcimento financeiro pelos prejuízos causados aos empreendedores devido aos cortes de geração injustamente atribuídos. O impacto começou a ser sentido em 2022 e se intensificou após um blecaute em agosto de 2023.
A nova infraestrutura reduz os cortes, mas também enfatiza a necessidade de atualizar regulamentações e acelerar investimentos na expansão da capacidade de transmissão e armazenamento de energia limpa no Brasil. Ampliação da estrutura de transmissão é essencial para o futuro crescimento econômico do país, movido por geração renovável.
Dessa forma, a Absolar insiste na necessidade de melhorar a estrutura regulatória e incentivar mais investimentos, para que a capacidade de escoar energia exceda o nível anterior ao blecaute de agosto de 2023. Isso é vital para atender novas demandas, incluindo oportunidades como hidrogênio verde e eletromobilidade.